segunda-feira, 21 de junho de 2010

Emoção




Em 2010 eu completei vinte e quatro anos trabalhando com comunicação. Passei por várias emissoras de televisão de Brasília e por algumas sucursais de outros estados, produtoras e agências. Já fiz muita coisa: eventos jornalísticos, publicitários, esportivos ao vivo ou gravados e até de campanhas políticas. Conheci muita gente, muitos lugares, artistas, jornalistas, atletas, personalidades brasileiras e estrangeiras. Tudo sempre me pareceu natural e corriqueiro, mas uma coisa sempre me emocionou: ouvir o hino nacional brasileiro. Em um estádio de futebol, em um jogo da seleção brasileira eu já estive, já ouvi o mesmo hino em situações parecidas, mas hoje tive uma emoção diferente ao ouvi-lo, mesmo com o corte mal feito pela organização do evento que só toca trinta segundos. Ouvir o nosso hino em um jogo de copa do mundo não sendo mais um profissional no estádio, mas um torcedor, estando longe do Brasil, da família, dos amigos é algo quase impossível de se explicar. Muita coisa se passa pela cabeça, nesses poucos segundos de execução dos acordes. No exato momento me fiz uma pergunta: o que eu estou fazendo aqui? pode parecer um certo exagero mas é como se eu tivesse sido sorteado em uma promoção do cartão de crédito e ganhado o direito de estar entre oitenta e quatro mil privilegiados, mesmo não tendo um. Qual seria minha emoção se estivesse naquele momento com as pessoas que amo? Lembram da garagem do senhor Nivaldo na copa de 82? Pois é, vinte e oito anos depois estava eu lá, no Soccer City, em Johanesburgo, na África do Sul, segurando a bandeira do Brasil, cantando o hino nacional, com os olhos cheio d'água, sendo cumprimentado por um sul africano que se disse impressionado pela minha emoção ao me ouvir cantar o hino. Acho que não preciso falar do jogo né?!

Um comentário:

  1. Muito sincera a tua descrição deste momento único, imagino a tua emoção. Espero que todas as pessoas que tiverem a oportunidade de ler esta reflexão possam assim como eu pensar um pouquinho na importância de estar perto de quem se ama.

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