quarta-feira, 30 de março de 2011

Ídolo Branco


O nome do cara é Matthew Booth, era o único branco da equipe Bafana Bafana, na copa de 2010. Com 1,98 m de altura bastava entrar no gramado para um jogo da seleção e se fazia silêncio ensurdecedor, segundos depois, vinha das arquibancadas, em uníssono, um longuíssimo "buuuuuuuuuu".
Para quem não é daqui, vaias a Booth, numa frustrante demonstração de que a nação arco-íris sonhada por Mandela não passa de um sonho? Mas não era nada disso. Um tímido aceno do jogador, um toque de primeira na bola eram suficientes para botar as coisas em seu devido lugar. Os fãs, na verdade, apenas celebravam o seu ídolo pelo nome: "Boooooooooth!"
O futebol tem dessas coisas. Unir as pessoas por mais diferentes que sejam. Quem poderia imaginar um povo na sua maioria negra, idolatrar um branco como faziam com Booth. Só o Parreira não gostava dele e durante a copa mal o deixou no banco de reservas. Hoje com 34 anos, ele se recupera de uma cirurgia no joelho e ainda assim é ídolo em todo país. Aqui as pessoas torcem por times de futebol, mas idolatram as pessoas. Matthew Booth é ainda hoje idolatrado por todos os torcedores, esteja ele jogando no time que estiver.
Hoje tive a honra de gravar uma entrevista com esse cara simpático e boa praça que nos recebeu antes de mais uma sessão de fisioterapia.

sábado, 19 de março de 2011

Moqueca Com Amigos






Quando moramos fora do país e sozinhos, sentimos falta de muita coisa: da família, filhos, dos amigos além de muitas outras coisas, entre elas uma boa comida. Aqui na África do Sul, os sabores são variados, encontramos muitos práticos típicos, comidas tradicionais a qualquer país, mas o tempero nem sempre é agradável. Basicamente tudo leva pimenta e em quase todos os pratos vem batata frita acompanhando. Procuro sempre que possível cozinhar em casa, mesmo que só pra mim. Em um sábado de folga, nada melhor que reunir os amigos do Brasil que vivem aqui para um jantar tipicamente brasileiro. Além da boa companhia claro, comer uma legítima Moqueca de Camarão, regada de arroz branco, pirão e farofa de dendê, plagiando o Mastercard, "Não Tem Preço". Tudo acompanhado de coca-cola e pudim de leite para sobremesa. A turma da foto como eu não é chegada a bebida alcoólica e faltou refrigerante e suco. Não pensem que vou passar a receita, isso é coisa de família e ficará guardado a sete chaves. Mas os ingredientes das fotos podem tomar nota: Camarão (muito), tomates, pimentões, cebola, alho, cheiro verde, leite de coco, azeite de oliva e azeite de dendê (unico que não se encontra nas prateleiras dos supermercados daqui). Agora a mistura disso tudo é que ficará em segredo. Posso garantir que ficou muito bom. Acredito que os meus convidados também gostaram, o Rodrigo fez até questão de lavar a louça. Pra variar fiz demais e vou almoçar a mesma coisa amanhã.

terça-feira, 15 de março de 2011

Alegria em uma Vida Simples






Essa semana voltei a Maputo, capital de Moçambique para uma série de matérias sobre brasileiros na África. Conhecemos alguns brasileiros por lá e algumas boas histórias serão editadas, porém, uma coisa que me chamou a atenção, a alegria que é vista no Brasil quando alguém começa a cantarolar uma música, quando se começa uma roda de samba, quando alguém dedilha um violão. Um dos personagens que encontramos por lá foi um cantor chamado Robson, simplesmente Robson. Ele mora em Maputo há pelo menos 17 anos é super conhecido por todos. Por onde passa é reverenciado, cumprimentado. Com a intenção de testar essa popularidade nós o levamos ao mercado do peixe, um lugar muito conhecido em Maputo e a festa foi geral. O cara cantou em Xangana, um dialeto local e o sucesso foi total. Em pouco tempo mesmo com tanto trabalho duro e o calor infernal mo mercado, as pessoas deixavam suas barracas e se juntavam em um pequeno espaço em um bar para dançar e cantar. Além de muito carisma o cara é super atencioso com todos. Uma receita de sucesso em qualquer parte do mundo.