segunda-feira, 31 de maio de 2010

Presente aos amigos



Tem certas coisas que por se tratar de atitudes pessoais, não devemos tratar publicamente para não generalizar. Mas eu me atrevo a contar um fato ocorrido comigo hoje que por mais que seja "sério" também foi engraçado. Saímos cedo hoje, eu e o Lula para dar continuidade a pauta sobre o sequestro ou golpe, como queiram chamar de um brasileiro por um grupo de nigerianos. Só para lembrar, na semana passada a polícia da África do Sul, libertou um brasileiro que tinha caído em um golpe pela internet e veio parar aqui, com a intenção de vender portas para a reconstrução obtendo um lucro de milhões. http://noticias.r7.com/videos/empresario-brasileiro-e-sequestrado-na-africa-do-sul/idmedia/882dbd1bda16ee29535083f19d64ab26.html
Pois bem, nos encaminhamos para a corte de justiça daqui na intenção de fazer imagens e até ouvir o brasileiro sequestrado que tinha depoimento marcado pra hoje. Não fomos autorizados a entrar com a câmera e eu fiquei de fora fazendo imagens dos carros que entravam, viaturas (camburões) na esperança de flagrar o carro com o empresário ou até os criminosos nigerianos que também iriam depor. Enquanto Lula tentava pegar informações na parte de dentro da corte eu tentava fazer imagens nos momentos em que os portões se abriam para a entrada dos carros. Infelizmente não era suficiente, mal o carro entrava e os portões se fechavam. Vendo minha tentativa de conseguir alguma coisa, um segurança se aproximou pra puxar papo, saber o que eu queria...papo vai papo vem e ele me perguntou qual era a moeda que usávamos no Brasil. Eu falei que é o real e ele me perguntou se eu tinha uma nota de real pra ele ver. Abri a carteira peguei as notas que ainda carregava, sendo três notas de cinquenta reais, separei uma e mostrei pra ele. Quando me perguntou quanto valia, seus olhos brilharam porque disse que valia mais de duzentos rands. Ai começou o papo de que não tinha dinheiro, que eu precisava de imagens...entendi...dei pra ele a nota de cinquenta reais dizendo que era "presente". Como num passe de mágica os portões passaram a ficar abertos mais tempo, algumas imagens de bandidos algemados começaram a aparecer, mas, sempre tem um mas, seus colegas (dois) passaram a ter fome, estava na hora do almoço, estava muito frio, precisavam de um café quente, resumindo, morri em mais duas notas iguais, totalizando cento e cinquenta reais, os últimos que sobraram da minha vida no Brasil e o pior, depois que os portões passaram a se abrir com mais frequência o cinegrafista da globo chegou e se beneficiou do meu "presente" aos "amigos" sul-africanos. Só espero que o César Trali não minta na matéria dele dizendo que ele é que pagou propina pra conseguir as imagens. Afinal não foi propina, foi um presente.
Bafana bafana

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